segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

domingo, 18 de novembro de 2012

domingo, 11 de novembro de 2012

domingo, 30 de setembro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

sábado, 7 de julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

sábado, 23 de junho de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Lições da minha avó.





Entre as peculiaridades de minha avó se destacava o silêncio, ela sabia usar essa qualidade como poucos o conseguem, sempre foi de poucas palavras e um sorriso contagiante, quando tinha mais pessoas na casa dela, em especial nos sábados à tarde ou nos domingos, era comum ouvir meus tios, tias, primos entre outros falando em voz alta, nessas ocasiões não consigo sequer recordar a voz dela, ainda que sociável, suas palavras eram raras.

Seu silêncio se destacava ainda mais se porventura ocorresse alguma discussão mais acalorada, ou se por algum motivo ela fosse contrariada, esse último era muito raro, ela era uma pessoa que nunca pedia nada a ninguém, e sempre era grata e se dava por satisfeita por qualquer coisa que lhe era oferecida de forma que contrariá-la não era uma tarefa fácil, entre as poucas coisas que cobrava, era a presença e mesmo essa não precisava ser tão freqüente, bastava que não ficássemos distantes por muito tempo.

Nessas ocasiões quando conseguiam que ela ficasse alterada, o que igualmente requeria um trabalho árduo, ela proferia uma frase fatal. “Já que não adianta falar nada eu vou me calar.” Na seqüência ela se retirava de onde estivesse ocorrendo a discussão e se dirigia à cozinha vindo a se ocupava de seus afazeres.

Imediatamente se instalava um mau estar em todos que estivessem na casa, por um tempo significativo ela ficaria sem falar com ninguém e visivelmente amuada.

Aos poucos as pessoas se retiravam, e mesmo na semana subseqüente, quando novamente ocorria as visitas ainda que recebesse todos bem, o silêncio permanecia.

Evidentemente esse mau estar não durava muito, meus tios, pais, e possivelmente ela própria faziam de conta que o mau estar havia caído no esquecimento, e a dinâmica familiar voltava ao seu cotidiano.

Agora, defronte a uma pessoa que vejo semanalmente, devolvo o silêncio que tão sabiamente aprendi com a minha avó. Acabo de ouvir uma conduta totalmente inadequada dessa pessoa, conduta essa que se repete rotineiramente.

Essa pessoa me olha, visivelmente irritada e me pergunta, mesmo sabendo que não obterá uma resposta: “E então, o que eu faço?”

Novamente devolvo o meu silêncio, é o melhor que tenho a doar para essa pessoa nesse momento.

Como ocorria na casa de minha avó, uma sensação de mau estar ocupa todos os cantos da sala onde nos encontramos.

Transcorrido alguns instantes essa pessoa me diz: “É, eu sei, com leve sorriso despontando de seus lábios, isso já ocorreu outras vezes, e já falamos sobre essas questões anteriormente.”

Encerro a conversa e acompanho essa pessoa à porta, confirmando nosso próximo contato na semana subseqüente.

De volta à minha sala, me sinto como quando era criança, na casa de minha avó, rodeado por várias pessoas e ela em seu silêncio sorrindo para as pessoas, mas como era seu hábito, sem nada dizer.

Em uma tarde de garoa como essa, agora ela deve estar rodeada por pessoas que lhe são familiares, possivelmente ela se encontra em uma cozinha, fazendo um café, cujo cheiro toma conta de toda a casa, com bolinhos de chuva, cobertos com canela e açúcar para acompanhar.


Esse é um episódio não muito fictício.

domingo, 22 de abril de 2012

Dia da Terra.


Ela não nos pertence.
Nós é que somos uma pequena parte dela.
Ela não precisa de nossos cuidados.
Nós é que necessitamos aquilo que ela pode nos dar.
Ela produz tudo que é necessário à manutenção da vida.
Nós é que subtraímos dela muito mais do que necessitamos.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Papéis.


Papéis são seres dotados de
intensa sexualidade,
quando a gente se distrai
eles se relacionam loucamente
e se reproduzem sem parar.

Diagramação: Marion.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Tempo.


O antes,
o agora e o depois
estão sempre ocorrendo
à nossa volta,
ao mesmo tempo.

sábado, 24 de março de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

A Crença.


Há abismos,
galáxias inteiras,
entre a crença,
o que dizem as crenças, 
e o que se diz em nome das crenças.

quarta-feira, 14 de março de 2012

terça-feira, 13 de março de 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

Feminino.



Parabéns ao feminino
que habita em todos nós.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Preguiça.


Está tão quente que dá preguiça
de ficar com preguiça.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Máscaras.




Estava caminhando lentamente pelas ruas tomado por uma grande confusão,  me sentia ligeiramente tonto, com a dúvida se era um sonho ou se simplesmente sonhava acordado.

Havia um sem número de pessoas caminhando soltas, aparentemente felizes, com suas roupas multicoloridas e, curiosamente todas com máscaras esboçando sorrisos e cumplicidade.

A música de fundo se fazia ensurdecedora, impedindo qualquer comunicação que não fosse a gestual e todos caminhavam em compasso de forma que mesmo sem a fala todos se faziam entender.

À beira da avenida uma multidão embalada pela mesma música, também embebido em suas máscaras se deslumbravam frente a dança e harmonia daqueles que ocupavam o lugar de um palco que se desvelava no meio da avenida.

Lentamente fui-me dando conta, lembrava vagamente de ter ido dormir na noite anterior, mas não me recordava de que em algum momento tivesse acordado.

Aos poucos o ritmo e o volume da música foi-se abrandando, no mesmo compasso todos foram diminuindo a cadência de seus passos, na mesma proporção em que a música emudecia.

Cansados, transpirando, sentiam a necessidade de se livrarem do peso das roupas e das máscaras com as quais estavam envolvidos.

Um a um em um lento compasso foi desnudando o rosto da máscara que vestia.

Por traz de cada máscara, como a multidão que os envolvia na avenida, os rostos desnudos mostravam faces que fitavam o vazio tão sem personalidade quanto a multidão que há pouco os envolvia.

Sem sorrisos ou qualquer outra expressão, a avenida ficava para traz, agora desnudos de uma personalidade, que só os sorrisos das máscaras por uns poucos instantes tinham a capacidade de desenhar nas faces daqueles que por mais um ano voltariam a ser como a multidão que os assistia.

Blowin in the Wind




Blowin in the Wind
Bob Dylan - 1962

Quantas estradas um
Homem precisa percorrer
Antes que venha a ser
Chamado de Homem?


Quantos mares precisará
Uma pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa
Repousar na praia?


E por quantas vezes ainda
As balas de canhão voarão
Até que sejam para
Sempre banidas?


A resposta, meu amigo,
Está soprando no vento
A resposta está
Soprando no vento.


Quantos anos deve uma
Montanha existir
Até que se
Desmanche no mar?


Quantos anos devem
Algumas pessoas existir
Até que sejam permitidas
A serem livres?


E quantas vezes pode um
Homem virar sua cabeça
E fingir que ele
Simplesmente não vê?


A resposta, meu amigo,
Está soprando no vento
A resposta está
Soprando no vento.


Quantas vezes deve um
Homem olhar para cima
Antes que possa
Enxergar o céu?


Quantos ouvidos deve um
Homem possuir
Até que possa ouvir o
Lamento do próximo?


E quantas mortes ainda
Serão necessárias
Até que perceba que
Pessoas demais morreram?


A resposta, meu amigo,
Está soprando ao vento
A resposta está
Soprando ao vento.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Receita Oriental.



Entre os paradoxos da cultura ocidental destaca-se a busca desenfreada na busca da longevidade em contraposição à pouca ou até nenhuma ocupação com a qualidade de vida.



Segue receita oriental para se obter longevidade com qualidade de vida:

- Coma a metade; elimine todos os tipos de drogas e substâncias inúteis que só prejudicam a vida: álcool, tabaco, salgadinhos, refrigerantes entre outras drogas;

- Ande e respire o dobro;

- Sorria muito.



Notas:

- Não há restrições nem contra indicações;

- O custo é nulo; ao contrário representa economia; o que deixar de gastar comendo e bebendo inutilidades que só prejudicam será mais do que suficiente para compensar os os gastos adicionais com sapatos;

- É ecologicamente adequado reduz substancialmente a poluição emitida pelos veículos sejam eles particulares ou públicos;

- É politicamente correto; ao eliminar o uso de drogas licitas deixa de pagar altos valores em impostos que tem por finalidade sustentar a corrupção existente no mundo e, ao eliminar as drogas ilícitas deixa de alimentar parte significativa da violência.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Alice.


Alice: Quanto tempo dura o eterno?

Coelho: Às vezes apenas um segundo.

Percepção: Sara.