sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dualidade: Ser e Mundo (cont..)


  • Nesta manhã em um jornal televisivo estava sendo transmitida uma reportagem que muito me chamou a atenção, estava sendo feito um comparativo da década de 50 e a atualidade, mostrando fotos tiradas de avião e agora através de satélites das imediações da Av. Paulista na cidade de São Paulo.
  • O foco da reportagem era as enchentes que frequentemente ocorrem na cidade. As fotos da década de 50 mostravam os casarões cercados por jardins e outras regiões da cidade ainda com uma densidade populacional reduzida, já as imagens da atualidade mostram uma cidade tomada pelo concreto, impermeabilizada, praticamente sem trechos que não estivessem tomados pelo asfalto e concreto.
  • O que mais me chamou a atenção na reportagem foi uma frase proferida por uma urbanista dizendo: "Não podemos esquecer de que a natureza está ai a nosso serviço" (sic). Esse comentário se referia à ocupação desordenada que foi feita do ambiente, sem levar em consideração as questões ambientais.
  • Justificava as enchentes apontando como causa preponderante a impermebialização do solo. Por outro lado tão ou mais significativa quanto a impermeabilização é o tipo de pensamento que há por tráz da atitude que nos leva a constituir o mundo como ele é.
  • Esse pensamento encontra-se expresso na frase, se a natureza é um objeto que existe com a finalidade de atender nossas necessidades, isso significa que podemos fazer dela o que quisermos.
  • As enchentes mostram exatamente o contrário disso, a natureza não é um objeto que está ai para atender nossas necessidades, nós somos parte da natureza e ela continuará a existir com ou sem a nossa presença. Como partes da natureza o que fizermos a ela a nós será revertido, se pouco interferirmos em seu processo evolutivo, igualmente pouco ela nos afetará, à medida que lhe impomos transformações significativas, na mesma proporção essas transformações nos afetarão.

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