terça-feira, 23 de junho de 2009

Dualidade: ser e mundo









O conceito é matemático, estamos contidos nesse mundo, ou seja, somos parte dele, logo a premissa de que esse mundo está ai para nos servir é uma incompatibilidade.

Como qualquer parte de um todo exercemos uma relação dialética com esse universo, assim, estamos sujeitos às leis da física, entre elas a de que toda ação que inferimos a esse meio, como resultado nos é devolvido uma reação de igual intensidade e sentido oposto.

A premissa de que esse mundo é uma fonte inesgotável de recursos e que ele está ai para nos servir é a mesma que hoje nos coloca à beira de um precipício, do qual há dúvidas de que um retorno seja possivel. O planeta sobreviverá, já a nossa espécie tem uma probabilidade de sobrevivência inferior à do planeta.

Nossa ação foi a de nos colocar à parte desse universo, impondo a ele uma relação servil, como se ele ai estivesse para atender aos nossos caprichos, a reação é a de que não somos merecedores do ambiente em que estamos contidos, assim nos dirigimos a um precipício, por nós mesmos criado.

Se tratarmos o ambiente como um mero objeto a nosso serviço, a reação possivel é a de que esse mesmo ambiente nos exclua.

Ainda que hajam discursos no sentido de um desenvolvimento sustentável, a premissa de que esse mundo é um objeto para atender aos nossos caprichos persiste.

Somos parte desse universo e não seres destacados dele, assim a posição que ocupamos nele não se diferencia da de nenhum outro ser, seja ele vivo ou inanimado.

Ou achamos caminhos para nos desenvolver com esse mundo, extinguindo essa dualidade, ou corremos o risco de que o universo determine o fim dela.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dualidade: corpo, mente


"Isso não é nada, são coisas de sua cabeça" (sic)


Quem já não ouviu frase semelhante?


Parece ser uma fala muito difundida no senso comum e, algumas vezes até entre colegas. Talvez algo herdado de Aristóteles que ao sistematizar o conhecimento humano nos legou as mais diversas classificações.


Entre essas classificações, não sei se de Aristóteles, há aquelas que se referem à mente e outras que dizem respeito ao corpo.


No geral há ciências que estudam a mente, outras se ocupam do orgânico e há ainda aquelas que versam sobre a interação entre o homem e o ambiente. Por outro lado, essa cisão, se é que existe, é da ciência.


Possivelmente por que não existe uma ciência que isoladamente dê conta desses três pilares que nos sustentam.


É o equilíbrio entre o biológico, orgânico e social que determina nosso maior ou menor grau de saúde e de adaptação enquanto seres humanos.


A cisão desses pilares é o caminho para a desintegração do ser.


Não há um indivíduo orgânico, ou outro psíquico e um terceiro como ser social. O que existe é um indivíduo, que tem um corpo, é dotado de um psíquismo e, interage socialmente.