quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Egocêntrico e o Poder.


  • Nesse fechamento do ano, enquanto fazia minha fachina anual no meu quarto com o intuito de descartar aquelas coisas que não mais tem finalidades, ouvia na televisão um breve comentário sobre o fechamento do encontro de Copenhagen com a finalidade de emitir um documento mundial que traçasse metas para a redução das emissões de carbono.
  • Comentava a reporter que pouco havia a ser comemorado desse encontro, enquanto os países ricos se negavam a assumir a responsabilidade pelas emissões de carbono no último século, às vezes chegando a questionar se isso realmente estaria relacionado com o aquecimento global, ou se esse aquecimento não seria apenas consequências naturais de mudanças climáticas, já os países em desenvolvimento pouco ou nada poderiam colaborar uma vez que a redução da queima de materiais fósseis invariavelmente refletiriam em um desaquecimento da econômia, compromentendo ainda mais suas precárias estruturas.
  • Na sequência, já em outra reportagem era comentado o resultado favorável da econômia, uma vez superada a crise ocorrida no início do ano, o crescimento global deveria ser retomado.
  • Apreciando minha fachina, pude me deparar com uma pilha de plásticos, embalagens, papéis etc.. cuja única finalidade seria encaminhá-los à reciclagem do que é possivel, é claro, a econômia mundial evidentemente agradece essa atitude, afinal o descarte de coisas velhas invariavelmente acarreta no consumo de coisas novas e consequente mais emissão de poluentes.
  • Pouco acompanhei do ocorrido em Copenhagen, mas em momento nenhum cheguei a ouvir o que em minha ignorância parece ser o mais óbvio, para se reduzir a emissão de poluentes, é essencial a diminuição do consumo, mas afinal porque ouviria algo semelhante, se à minha frente estava o resultado desse excesso de produção, reduzido a lixo e meu pensamento na noite anterior era o que eu me daria de presente para esse início de ano, que invariavelmente seria o lixo à minha frente no próximo ano.
  • Felizmente parece que a econômia está no caminho de um novo crescimento, claro que isso é positivo, mais empregos, mais impostos, diminuição da pobreza... Que esse crescimento seja acompanhado de nosso nível de consciência acerca de nossa posição nesse Universo.
  • Tem sido rotina ouvir do poder público as responsabilidades individuais aos danos que provocamos ao meio, por outro lado pouco se vê desse poder seja público ou privado ações que viabilizem a esses individuais a possibilidade de diminuir o impacto ambiental daquilo que produzimos.
  • Apreciando minha pilha de lixo, simplesmente não tenho o que fazer além de jogá-la em algum container dos pouquíssimos que existem à disposição e talvez uma pequena parte dessa pilha seja reciclada, nas ruas simplesmente me deparo com outras pilhas maiores que as que estão sobre meu tapete que invariavelmente terminarão nos aterros sanitários.
  • Espero que esse encontro em Copenhagen abra portas para um maior nível de consciência, desenvolvimento não se mede só pela econômia e sem qualquer dúvida esse modelo econômico não é compatível com cuidados ao ambiente, resta desejar sair dessa fase egocêntrica e nos percebermos em um mundo de relações, com nós mesmos e com esse Universo vivo pulsante.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Da Simbiose ao Mundo das Relações - continuação




O egocêntrico e as raizes perversas.

  • Hoje pela manhã, ainda antes de desejar um bom dia a algum conhecido fui surpreendido por uma manchete em um desses jornais matinais, sei que já deveria estar acostumado com essas notícias, mas ainda me permito a perplexidade frente a condutas que beiram o absurdo.
  • Um senador da oposição estava respondendo para um reporter que seu partido não tinha e não podia ser responsabilizado por um recente escândalo envolvendo políticos de sua base partidária.
  • O curioso é que muitas vezes presenciei esse mesmo senador emitindo calorosos discursos responsabilisando tanto o governo como a base partidária que o compõe de escândalos da mesma ordem da qual seu partido agora está envolvido.
  • Fosse enumerar esse tipo de evento, seja envolvendo aqueles que compõe o governo ou a oposição sem dúvida seria possivel escrever várias enciclopédias, mas esse é um exemplo que denota claramente o funcionamento mental do perverso, fixado na fase egocêntrica.
  • As regras sociais são claramente entendidas e internalizadas, mas elas o são só para os outros, são os outros que estão submetidos a essas regras sociais, o perverso sempre está isento delas, sem qualquer ressentimento ou sentimento de culpa.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Paris, Texas. Há 25 anos...

  • Há 25 anos estreava um épico de nossa cultura, sem dúvida um filme a ser assistido. Passado um quarto de século sua temática permanece atual, praticamente desprovido de diálogos, as imagens e o fundo musical falam pelo filme.
  • Desaparecido há quatro anos, Travis vaga pelo deserto, sem rumo, encontrado pelo irmão é trazido à cidade onde ocorre sua reaproximação com o filho, que foi abandonado por ele e pela mãe Jane, ficando aos cuidados do irmão de Travis e sua mulher.
  • Jane e Travis quando se conheceram viveram uma paixão intensa e destruidora que culmina com a separação e abandono do filho, mas em momento nenhum essa paixão cede.
  • Após se reaproximar do filho, Travis continua sua saga, agora com sua companhia, até se reencontrar com Jane, nesse breve encontro com um desfecho inesperado, Travis deixa o filho aos cuidados mãe e volta a vagar solitário.
  • Além da paixão vivida por Travis e Jane e da solidão vivida pelos personagens, um dos focos do filme é a alienação social que permeia praticamente todos os personagens deste.
  • Alienação essa que nesses 25 anos após o lançamento do filme, parece ter-se acentuado praticamente em todos os segmentos de nossa cultura.

  • Fonte:
  • Paris, Texas.
  • Win Wenders, 1984.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

De Metrópolis a Blade Runner.


  • Cerca de sessenta anos separam estes Épicos de nossa Cultura. Em ambos, há um contexto no qual as máquinas se humanizam, enquanto os seres humanos se mecanizam.
  • Em “Metrópolis”, um robô adquire sentimentos; já em “Blade Runner”, humanóides criados em laboratório para servirem de mão de obra em outros planetas, buscam os caminhos da longevidade aqui na Terra e, no processo, se humanizam.
  • Em ambos, aqueles que representam os humanos mais parecem máquinas a serviço de um Sistema no qual não passam de meras engrenagens.
  • Decorridos praticamente 90 anos do lançamento de “Metrópolis” e cerca de três décadas de “Blade Runner”, os ambientes que ocupamos muito se assemelham aos expostos no primeiro, enquanto que a tecnologia à nossa disposição é parecida com a utilizada no segundo.
  • Como protagonizado nos dois, uma maioria parece largada ao acaso, enquanto aqueles que ocupam o topo da pirâmide de nossa sociedade habitam condomínios fechados e centros igualmente fechados, seja de prestação de serviços ou de compras e lazer, cercados pela segurança e tecnologia de ponta, evidentemente estruturadas em cima dos recursos que, ao menos em parte, seriam dessa grande maioria aparentemente largada ao acaso.
  • Quanto à tecnologia expressa em “Blade Runner”, tal como no filme, em nossa sociedade ela se democratizou. Em um mundo cindido, onde ao mesmo tempo em que se tem altíssima tecnologia, com a qual, por exemplo, com o alcance de nossos dedos podemos imediatamente nos comunicar com outra pessoa localizada em qualquer lugar do planeta, ou até fora dele, por outro lado não se consegue democratizar na mesma proporção o bem estar social que essa tecnologia poderia ajudar a propiciar.
  • Em relação à teoria psicanalítica, os dois filmes poderiam ser analisados e interpretados levando-se em conta o ponto de vista Narcísico ou ainda a degradação humana dado a lógica psicótica ou perversa de um avanço tecnológico desenfreado e sem controle.
  • Porém o que mais me chamou a atenção foi o tempo que separa os dois filmes, que se mistura com meu tempo psíquico envolvido em minha resistência em discorrer sobre esse tema que tanto me fascina.
  • Décadas separam o lançamento dos dois filmes, igualmente décadas separam o lançamento do segundo filme até essa breve análise. Um tempo significativo os primeiros esboços desse texto ficaram registrados em minha agenda até que eu resolvesse dar um acabamento a eles.
  • Em minha agenda, esses esboços permaneceram misturados com as demais anotações do meu dia a dia, que se misturaram ao kaos social no qual os dois filmes estão inseridos.
  • Kaos semelhante permeia meu psiquismo na transição de um ser com tendências a tecer análises sociais a um outro que vaga em busca de uma formação psicanalítica.
  • Outro tempo de espera entre a revisão do texto e minha concordância com a sugestão de um colega no sentido de esboçar um teor psicanalítico ao artigo.
  • Não tenho dúvidas de que todos esses tempos se misturam nessa minha transição entre um eu apoiado em visões sociais para um eu embasado em teores psicanalíticos.
  • Fontes:
  • Blade Runner, o caçador de andróides
  • Estados Unidos, 1982
  • Direção: Ridley Scott
  • Metrópolis
  • Alemanha, 1927
  • Direção: Fritz Lang

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia dos professores.


  • Há pouco estava vendo o jornal e entre as resportagens vi destacado uma singela homenagem ao dia dos professores, acompanhado de inúmeras críticas à qualidade do ensino, seja nas escolas públicas ou privadas e como já estou acostumado essas críticas foram restritas às escolas, professores e às tecnicas pedagógicas: problemáticas, ultrapassadas e pouco eficientes.
  • Infelismente, mais uma vez não presenciei, nenhum comentário sobre um dos pontos fundamentais, que fazem com que qualquer metodologia utilizada na educação seja falaciosa.
  • Aqui, estou refletindo sobre aquela educação que nenhuma escola jamais terá a competência de transmitir, que é aquela adquirida no seio da família, onde conceitos básicos de afetividade são internalizados, sem a utilização de nenhum material pedagógico.
  • Aquele que proporciona à criança maturidade o suficiente para dar os primeiro passos para viver em sociedade, saber respeitar aqueles que a rodeiam, sejam outros alunos, professores e as demais pessoas, bem como saber como fazer-se respeitada.
  • Lembro-me do meu extinto curso ginásial, uma comunidade muito pobre, alguns professores evitavam indicar livros, dado a precariedade de recursos dos pais, assim, incansavelmente enchiam os quadros negros de conteúdos e apressadamente a gente copiava com dificuldade de acompanhar o ritmo dos professores, na sequência vinha os infindáveis questionários.
  • Longe de defender tais métodos, mas ainda com sua precariedade, parte significativa dos alunos aprendiam pelo menos o fundamental, pois o essencial para a aprendizagem que é ter maturidade o suficiente para conviver nesse ambiente escolar, já havia sido adquirido no seio da família.
  • Hoje percebo que os alunos muitas vezes chegam às Universidades, sem ainda terem adquirido essa maturidade, e assim nenhuma metodologia de ensino parece ter uma eficácia esperada.
  • Sinto que já nascemos com os conhecimentos necessários para fazermos filhos, mas são poucos que em toda a sua história de vida conseguem adquirir afetividade e conhecimento suficientes para serem pais.
  • Precocemente, adolescentes que desconhecem regras básicas sejam de gramática ou aritmética, e tão pouco tenham tido no seio da família afetividade suficiente para terem desenvolvimento emocional para conviverem em sociedade, já estarão entregando os seus filhos às escolas para que essa cumpra o papel que seria deles, de "educar" seus filhos.
  • Efetivamente, nenhuma escola jamais terá essa competência.

domingo, 27 de setembro de 2009

Sem Tempo Para o Não Fazer. (LOUNEW.)


Nós, que vivemos na grande metrópole, sempre estamos corrende atrás de alguma coisa: um compromisso, o trabalho, as compras, etc. e a agenda sempre lotada.

Quando olhamos para trás, o tempo voou e já estamos no dia seguinte, a postos para dar conta de outro compromisso. Ser produtivo, para nós, é sinônimo de ter o que fazer.

Muitas vezes estamos tão atrelados aos afazeres que não nos é possivel relaxar nem nos finais de semana ou nas merecidas férias. Estamos lá na praia, mas ainda absortos com os afazeres. Fazendo equações, diálogos internos para resolver questões que tanto ocupam nossa atribulada rotina. Deixamo-nos seduzir, nos apegamos e nos identificamos com ela, pois, no final das contas, o nosso fazer é que diz quem somos. E com todo este ritmo alucinante, esquecemo-nos do corpo, que mais cedo ou mais tarde, cansado, cobrará.

E se ainda precisamos ouvir música, fazer palavra cruzada ou lavar o carro quando estamos sózinhos;isto pode ser indício de que está dificil a convivência com nós mesmos.

Podemos até refletir: será que não se tornou insuportável viver dentro desse corpo, em nossa própria companhia?

Com tudo isto, fica dificil se entregar ao que eu chamaria de não fazer. Somos ocidentais e aprendemos, com nossa cultura, a ser racionais. Não nos sentimos em nossos corpos, ficamos fazendo só o trabalho mental, desprezando o agradável contato silencioso com nós mesmos.

Já pensou em se deixar levar pelo não fazer, sem deixar ser pego pelos pensamentos ou preocupações? Ou pelo menos deixar que o fluxo de pensamentos aconteça sem se envolver com eles, só observá-los? Abrir mão da possibilidade do fazer, pois em nossas vidas, muitas vezes, as coisas acontecem sem nossa interferência. Afinal de contas, estamos aqui para nutrir o corpo ou a alma? ou ambos?

Precisamos urgente de um tempo para o não fazer. Ir a algum lugar, por exemplo, um parque para contemplar a calma paisagem, um jardim florido e respirar o perfume das flores, sentir o toque da relva, andar descalço pela grama, etc. Experimentar a entrega pessoal ao simples contemplar.

Quando vamos para o campo ou para a praia, só a visão da natureza notre a alma. É o movimento necessário (talvez fundamental) de esquecer o que está dentro de nós e se entregar ao que está fora. O cantor, compositor e pensador Fecundo Cabral nos ensina: você não está deprimido, está distraído das coisas belas que te rodeiam.

Observar a natureza ilumina a alma, acalma o espírito e torna o nosso viver muito mais rico e agradável. Respirar fundo e desfrutar deste momento é sublime. Aí o não falar reverbera dentro de nós e sentimo-nos mais inteiros e sabendo-se pertencentes à natureza, a este planeta. As flores, com seu perfume, enchem nossas narinas e a vida fica mais fresca, mais gostosa. É neste não fazer, nesta ausência de expectativa que sentimos o fascínio e a riqueza do viver.

Pode ser que esteja dificil ir a um lugar mais tranquilo, mas também vale fechar os olhos, respirar fundo e desacelerar. O não fazer pelo não fazer, apenas aquietando a mente e prestando atenção à respiração, aos batimentos cardíacos nesta sua morada temporária. Uma meditação na qual o indivíduo se torna um mero observador indiferente de seus pensamentos, sem atropelar o fluxo dos mesmos, aceitando que pode ser simplesmente uma conexão ao acaso entre os acontecimentos.

Por mais que a rotina seja imperativa, necessitamos nos desligar dela. E assim, talvez algum dia, achemos tempo para o benéfico e importante não fazer. E então, numa destas desconexões, nos seja possivel encontrar o que tanto falam os mestres espirituais, a tão famosa essência, o nosso verdadeiro SER.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Da Simbiose ao Mundo das Relações - continuação

O Egocêntrico e Sua Relação com o Ambiente
  • Hoje é o dia da árvore, um bem a ser preservado. Essa foi a primeira frase que me veio à mente para ser usada como uma mensagem àqueles com quem partilho minha amizade. Na sequência, repensando eu a alterei e ficou assim: Hoje é o dia da árvore, um bem a ser cultivado.
  • Curiosas as duas frases, inda que minha percepção é a de que esse mundo nos foi "cedido" para partilhar com os demais que aqui convivem e assim, nessa escala evolutiva não somos nem mais nem menos que qualquer outra espécie, logo árvores como outros seres não podem ser consideradas um "bem".
  • Mesmo nas duas frases havendo uma conotação de cuidados, respeito,... elas também não deixam de projetar minha arrogância frente a esse mundo no qual não deixei de considerar a vida de outros seres como um "bem" disponível para atender meus designios.
  • Triste, já são 16h00 e até o momento a única menção que presenciei foi uma pequena nota de rodapé em um informativo no mundo virtual perdida entre inúmeras propagandas, a maioria sem qualquer conotação ecológica.
  • Paradoxal enquanto presenciamos os desastres que continuamos a impor a esse fragilizado mundo, uma data como essa passar despercebida.
  • Símbolo de vida, expressa nossas raízes mais primitivas. Desenhos de crianças de árvores "doentes" trazem a conotação de uma possivel constituição de personalidade fragilizada.
  • Nós que convivemos nos grandes centros raramente nos damos conta de quanto as árvores ao nosso redor estão doentes, seus troncos apodrecidos, sem espaços para suas raizes, não deixam de ser a projeção de uma sociedade igualmente doente.
  • Ao permitir que esses símbolos percam seus significados de certa forma, no mesmo compasso perdemos as características que nos sustentam enquanto seres que fazem parte desse microcosmo, para ocupar a posição egocêntrica que coloca o ambiente como um objeto para satisfazer nossos caprichos.

sábado, 5 de setembro de 2009

O que ocorrer com a terra...




"O que ocorrer com a terra,

recairá sobre os filhos da terra.

Há uma ligação em tudo."
  • "No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra "reserva". O texto da resposta do Chefe Seatle, distribuído pela ONU (programas para o Meio Ambiente) é aqui publicado na íntegra, tem sido considerado, através dos tempos, como um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da defesa do meio ambiente."
  • "Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuimos o frescor do ar e o brilho da água, como é possivel comprá-los?
  • Cada pedaço dessa terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagradas na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
  • Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs: o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem, todos pertencem à mesma família.
  • Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos, portanto nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra, mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.
  • Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados, se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.
  • Os rios são nossos irmãos, saciam a nossa sede. Os rios carregam as nossas canoas e alimentam as nossas crianças, se lhes vendermos nossas terras, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
  • Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para traz os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
  • Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho, talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
  • Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar das folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto, mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
  • O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro, o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira, como um homem agonizante há vários dias, é insensivel ao mau cheiro, mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que o céu deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro, se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
  • Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra, se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
  • Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um homem selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecermos vivos.
  • O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito, pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
  • Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a meus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra, se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
  • Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
  • O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
  • Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possivel que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos, de uma coisa estamos certos, e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês devem pensar que o homem, e sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
  • Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência."
  • (Tradução de Irina O. Bunning)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Da Simbiose ao Mundo das Relações - continuação


  • O Egocêntrico e a Formação de Raizes Depressivas
  • Característica primordial daquele que se encontra fixado na fase egocêntrica é a dificuldade deste poder levar em consideração o ponto de vista do outro, dado que sua posição é de centro do Universo.
  • Invariavelmente isso o levará a relações permeadas por atritos com os demais que dividem o ambiente e esses atritos desencadearão reações agressivas.
  • Pela dificuldade em levar em consideração o ponto de vista do outro se encontra próximo à impossibilidade de uma análise ampla e profunda de suas reações agressivas, assim atribui ao mundo externo as razões para a sua conduta.
  • Nesse quadro se essa pessoa tem a tendência de internalizar a sua agressividade, ou seja, se ela se auto-agride, possivelmente tenderá a ter reações melancólicas, já se a sua tendência for predominantemente de externalizar sua agressividade, isto é, agride aqueles que a rodeiam, provavelmente terá reações permeadas pela irritabilidade.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Da Simbiose ao mundo das relações - continuação

O Egocêntrico.
  • São quase 03h00 da manhã, e o sono que até então estava dificil agora parece ser totalmente impossivel.
  • Como em um sonho, vozes distantes pareciam vir do além, seria um pesadelo, curioso, pois não costumo tê-los quando em estado hipnagógico, mas as vozes antes distantes parecem crescer, na proporção de minha insônia até reverberarem como se estivessem dentro de meu quarto, da forma que vieram foram, desaparecendo lentamente, como uma imagem que se vai até não ser mais vista no horizonte, continuando a incomodar outras vizinhanças.
  • Nesse momento meu sono, e sem duvida de outros vizinhos, encontra-se irremediavelmente impossibilitado de me acompanhar madrugada adentro, assim o que me resta é a companhia de meus pensamentos e de um teclado, com o aparato tecnológico por tráz dele.
  • Sem dúvida não faltam adjetivos para classificar os ilustres senhores que sem qualquer pudor resolveram que a vizinhança deveria acordar, com suas potentes vozes, tornando públicas, suas vidas particulares.
  • Curiosamente, e sem dúvida isso não é uma coincidência, e sim parte de meu determinismo, vinha pensando na continuidade desses textos que nesse estágio deve versar sobre "O Egocêntrico", que de forma igualmente determinista coincide com minhas características egocêntricas, como se as vozes ali estivessem para me manter acordado e permitir a continuidade desse meu pensamento.
  • No contexto do senso comum a postura desses que resolveram pela descontinuidade do sono da vizinhança nessa madrugada poderia ser classificado como falta de respeito, irresponsabilidade, uso de álcool ou outras drogas..., mas questionando essas idéias entendo-as como uma possibilidade só àqueles que em sua escalada de desenvolvimento atingiram o mundo das relações, se eles estão na fase egocêntrica ou sequer conseguiram sair da simbiótica, como poderiam ter internalizado conceitos como responsabilidade ou respeito.
  • Ao egocêntrico o mundo existe exclusivamente para atender às suas necessidades assim os conceitos mencionados não têm qualquer significado.

sábado, 25 de julho de 2009

Da Simbiose ao mundo das relações.




SIMBIOSE


As bromélias são plantas simbióticas, elas se desenvolvem presas a troncos de árvores, das quais subtraem a seiva que as alimentam.


Elas não têm a possibilidade de ter uma vida independente, se tiradas dos caules das árvores e replantadas no solo, não têm a capacidade de retirar desse a água e nutrientes e transformá-los em seiva, o que possibilitaria o seu desenvolvimento e sobrevivência, assim, nessas condições, em pouco tempo minguam não tendo a possibilidade de se reproduzir, florescer... e em pouco tempo morrem.


Como as Bromélias ao nascermos somos seres simbióticos, no período de gestação e naquele que o sucede mantemos uma relação simbiótica com aquela que nos gera e naquência com quem nos cuida.


Na gestação até a alimentação é sintetizada por quem nos gera e após a gestação a continuidade do uso dessa alimentação pela amamentação é primordial para um bom desenvolvimento, possivelmente a respiração é o primeiro ato que nos leva a restringir essa relação simbiótica.


É no período inicial do pós parto que desenvolvemos a afetividade, com características simbióticas que irão perdurar até o final de nossa existência.


A internalização da afetividade recebida é um dos fatores que irá determinar o grau de dependência das pessoas.


Crianças e bebes que se sentem excessivamente supridos possivelmente terão dificuldades em atingir outras etapas de seu desenvolvimento tendendo a estabelecer relações de dependência, já aqueles que se sentem afetivamente carentes tenderão a ter dificuldades em se sentirem devidamente supridos.


É o equilíbrio que possibilitará a esse ser em desenvolvimento a atingir as demais etapas, com maior ou menos capacidade de adaptação.


Nós nascemos seres simbióticos e necessitamos desse período para atingir as próximas etapas do nosso desenvolvimento, e como em outros setores jamais abandonamos nenhuma etapa dele.


Características simbióticas nos acompanharão por toda nossa existência, sendo a afetividade um dos ícones dessa etapa.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dualidade: ser e mundo









O conceito é matemático, estamos contidos nesse mundo, ou seja, somos parte dele, logo a premissa de que esse mundo está ai para nos servir é uma incompatibilidade.

Como qualquer parte de um todo exercemos uma relação dialética com esse universo, assim, estamos sujeitos às leis da física, entre elas a de que toda ação que inferimos a esse meio, como resultado nos é devolvido uma reação de igual intensidade e sentido oposto.

A premissa de que esse mundo é uma fonte inesgotável de recursos e que ele está ai para nos servir é a mesma que hoje nos coloca à beira de um precipício, do qual há dúvidas de que um retorno seja possivel. O planeta sobreviverá, já a nossa espécie tem uma probabilidade de sobrevivência inferior à do planeta.

Nossa ação foi a de nos colocar à parte desse universo, impondo a ele uma relação servil, como se ele ai estivesse para atender aos nossos caprichos, a reação é a de que não somos merecedores do ambiente em que estamos contidos, assim nos dirigimos a um precipício, por nós mesmos criado.

Se tratarmos o ambiente como um mero objeto a nosso serviço, a reação possivel é a de que esse mesmo ambiente nos exclua.

Ainda que hajam discursos no sentido de um desenvolvimento sustentável, a premissa de que esse mundo é um objeto para atender aos nossos caprichos persiste.

Somos parte desse universo e não seres destacados dele, assim a posição que ocupamos nele não se diferencia da de nenhum outro ser, seja ele vivo ou inanimado.

Ou achamos caminhos para nos desenvolver com esse mundo, extinguindo essa dualidade, ou corremos o risco de que o universo determine o fim dela.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dualidade: corpo, mente


"Isso não é nada, são coisas de sua cabeça" (sic)


Quem já não ouviu frase semelhante?


Parece ser uma fala muito difundida no senso comum e, algumas vezes até entre colegas. Talvez algo herdado de Aristóteles que ao sistematizar o conhecimento humano nos legou as mais diversas classificações.


Entre essas classificações, não sei se de Aristóteles, há aquelas que se referem à mente e outras que dizem respeito ao corpo.


No geral há ciências que estudam a mente, outras se ocupam do orgânico e há ainda aquelas que versam sobre a interação entre o homem e o ambiente. Por outro lado, essa cisão, se é que existe, é da ciência.


Possivelmente por que não existe uma ciência que isoladamente dê conta desses três pilares que nos sustentam.


É o equilíbrio entre o biológico, orgânico e social que determina nosso maior ou menor grau de saúde e de adaptação enquanto seres humanos.


A cisão desses pilares é o caminho para a desintegração do ser.


Não há um indivíduo orgânico, ou outro psíquico e um terceiro como ser social. O que existe é um indivíduo, que tem um corpo, é dotado de um psíquismo e, interage socialmente.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dualidade: ser social e individual.


Entre as ambiquidades que nos identificam é significativa essa dualidade. Ao mesmo tempo que somos seres sociais, possivelmente na mesma intensidade necessitamos de nossa individualidade.

Não fosse nossa capacidade de socialização provavelmente nós teríamos nos extinguido antes mesmo de ter saido das cavernas.

Nosso mundo é constituido socialmente, por traz de cada objeto que utilizamos há séculos de tecnologia e uma infinidade de pessoas que o confeccionou, do momento em que a matéria bruta foi retirada da natureza, até o produto final que caracteriza o objeto acabado.

Na mesma intensidade nossa identidade também é constituida socialmente, necessitamos do outro para nos identificar, aprendemos e nos desenvolvemos por comparação, observação, analogias... com os demais que nos rodeiam. Por outro lado igualmente necessitamos de nossa individualidade nosso espaço externo e interno. Ao mesmo tempo que buscamos integração social é imprescindível os momentos de introspecção, igualmente há a necessidade de um espaço que seja o nosso, seja o espaço físico ou o emocional.

A forma como organizamos esse espaço físico, seja uma casa, um quarto ou até mesmo uma gaveta em alguma proporção revela a forma como está organizada nossas percepções, emoções... em relação a nós mesmos ou ao mundo que nos rodeia.

Se cedermos à forma como o mundo se organiza socialmente nos despersonalizamos, restringimos nossa identidade. Se predominar nossa individualidade nos tornamos egoístas, fechados em nós mesmos.

Ambos igualmente patológicos, o equilíbrio entre o social e o individual é que irá determinar o menor ou maior grau de integração de nosso psiquismo e adequação seja com nosso mundo interno ou externo.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um mundo melhor!





"Muito tem-se falado em construir um mundo melhor para os nossos filhos, infelismente o discurso não se dá na mesma proporção para nos constituirmos como pessoas melhores.
Pessoas que conseguem melhorar têm a possibilidade de ser referências a esses filhos, assim eles internalizam esses valores e consequentemente podem propiciar a existência de um mundo melhor.
Nosso mundo nada mais é do que um reflexo do que somos, sua melhora não se constituirá com mais impostos ou tecnologia.
Essa melhora só pode ser viabilizada com a internalização de conceitos éticos, morais e respeito.
Não somos seres destacados desse Universo, somos apenas parte dele. Um mundo melhor só será possivel com pessoas igualmente melhores."

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Lady Godiva e o divã
















Lady Godiva viveu no período de 990 a 1067 em Conventry, Inglaterra, foi esposa de Leofric, duque de Mércia.

Conta a lenda que Godiva, em protesto aos altos impostos cobrados pelo marido à população de Conventry, fez um pacto com o esposo.

Em troca de reduzir os impostos, desfilaria nua, montada em seu cavalo com a condição de os impostos serem reduzidos à população de Conventry.

Diante a postura de Godiva, em gratidão a população de Conventry, no momento em que ela desfilava, fechou-se em suas casas para não produzir constrangimento à sua bem feitora.

Um único aldeão não aderiu à decisão dos demais e quando presenciou Godiva nua, cavalgando pelas ruas, ficou irremediavelmente cego.

Uma vez concluído o desfile, Leofric cumpriu a sua palavra e reduziu a carga tributária à população de Conventry.

Decorridos praticamente mil anos, no aniversário do desfile, algumas mulheres ainda repetem o feito de Lady Godiva, desfilando nuas, a cavalo, pelas ruas de Conventry.

Os altos impostos cobrados na época, em parte visavam sustentar os luxos estampados nas roupas e adereços usados pelos senhores de Conventry, assim o desfilar nua, significava a renúncia a esse luxo, dessa forma os altos impostos perdiam o seu significado.

O desrespeito ao ato de Godiva do aldeão que quis vê-la desfilando denota a cegueira deste frente ao significado do ato que estava sendo praticado.

Ao deitarmos no divã, desnudamos nossos sentimentos, emoções, pensamentos, etc. àquele que supostamente ocupa a posição de analista.

A posição de lado ocupada pelo analista e sua conduta ética denota o seu respeito frente àquele que se desnuda.

O lugar do cego é o espaço do não entendimento de seu papel, seja do analista ou do analisando e ainda dos pré conceitos que por vezes possam permear a análise.

terça-feira, 10 de março de 2009

À procura de idéias

Aprendendo como iniciar um blog, por enquanto em busca de sugestões